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segunda-feira, 16 de abril de 2012

DRAMA NARRADO TRADUZ PARTE DAS AGRURAS VIVIDAS POR FAMÍLIAS QUE TÊM UM ENTE COM TRANSTORNO MENTAL, CUJO TRATAMENTO REQUER INTERNAÇÃO

SEGUNDO O PSIQUIATRA MIGUEL XIMENES REZENDE, O ESTADO MENTAL DE MARIA INDICA UM QUADRO ESQUIZOFRÊNICO. “AINDA NÃO FECHEI O DIAGNÓSTICO, MAS TUDO INDICA QUE O CASO DELA SEJA ESQUIZOFRENIA”.

Trecho extraído da matéria original Cuidar de quem tem distúrbio mental e achar leito psiquiátrico na é difícil na região

Por Michella Guijt

Os nomes dos personagens são fictícios. Mas a odisseia enfrentada por um morador de São Vicente em busca de tratamento adequado – no caso, internação em leito psiquiátrico para sua esposa – é real.
José casou-se com Maria há 23 anos. Na última década, ela começou a apresentar forte instabilidade emocional. Há cerca de três anos, o estado de saúde da professora, mãe de dois filhos, tornou-se agudo, devido aos surtos psicóticos.
“Ela conversa com pessoas imaginárias e permanece trancada no quarto. Às vezes, fica muito violenta. É quando surgem as crises”, conta José, que buscou tratamento psiquiátrico para a esposa, por meio do convênio médico oferecido pela empresa onde trabalha.
Maria segue o tratamento, à base de remédios, prescrito por um médico psiquiatra que atende em Santos. Mas, durante os surtos psicóticos, a paciente tem atitudes imprevisíveis. “Ela já ligou quatro vezes para a polícia dizendo que eu a maltrato. Ainda bem que tenho meus filhos e alguns vizinhos para testemunhar que nunca bati nela”, conta José.
Segundo ele, quando Maria atinge esse estágio, a situação fica insustentável para toda a família. “Meu filho mais velho, de 21 anos, trabalha e estuda à noite. Então, revezo com o mais novo, de apenas 15 anos, a tarefa de cuidar dela. O problema é que, durante os surtos, meu menino tem medo da própria mãe, o que é muito difícil para todos nós”.
O marido conta que o motivo do receio é a agressividade. “Em uma das crises, ela partiu para cima de mim com uma faca. Depois de muita conversa cercada de muita tensão, consegui que ela se acalmasse”. >>Continuar Lendo

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